domingo, 28 de setembro de 2008

Protocolo Fisioterápico nos Distúrbios Funcionais do Joelho


Protocolo Fisioterápico nos Distúrbios Funcionais do Joelho

 

Considerando e definindo distúrbios funcionais do joelho como todas as alterações dolorosas e limitantes do mecanismo extensor, podemos elencar várias patologias que evoluem bem com o tratamento conservador e se beneficiam com um programa de fisioterapia bem elaborado.

Partindo dessa premissa, pacientes que apresentam plicas sinoviais sintomáticas, condromalácias de patela ( em graus vários ), instabilidades patelares com ou sem estória de luxação, artroses moderadas, meniscos degenerativos e outras de menor incidência, serão o objeto do estudo que vamos detalhar.

Tivemos um total de 370 pacientes atendidos e avaliados dentro dos prazos estipulados, durante o período compreendido entre 1.999 e abril de 2.002, independentes de idade, sexo e atividade esportiva. E constatamos:

Patologia    Números
Plica sinovial sintomática ( uni ou bilateral )   176 
Condromalácias    32
Instabilidades patelares   20
Luxação ou sub de patela    24
Artrose moderada   35
Meniscos degenerativos   33
Tendinites, bursites e patologias mistas    50
Total    370

 

O protocolo de fisioterapia com exercícios orientados, inicialmente de CCA, e executados em casa, pelo próprio paciente, também sofreu alterações, durante este período de quase 4 anos, em função dos resultados obtidos e das informações dos avaliados.

Nos dois primeiros anos, ou seja, de 1.999 ao final de 2.000, o programa de exercícios era mais longo, utilizando os isométricos em vários decúbitos, priorizando o fortalecimento muscular aos alongamentos.

Verificamos então que os pacientes se desmotivavam com mais facilidade, interrompiam o programa e a reintegração às atividades normais, sem dor ou desconforto, era obtida num prazo maior do que o desejado.

Com a vivência do protocolo, somada às informações dos pacientes, modificamos as orientações e passamos a adotar um programa mais fácil, mais curto e objetivo, explicando então de maneira acessível, o mecanismo das forças existentes, exercidas pelos músculos agonistas e antagonistas.

Estudos foram desenvolvidos pelo Prof. Dr. Antônio Fernando Penna, professor emérito de Física e Mecânica da UNICAMP, sobre o equilíbrio e distribuição das forças no mecanismo do joelho que concluiu: “o perfeito equilíbrio das forças extensoras e flexoras levará à articulação do joelho dois ganhos importantes: a diminuição da força necessária para a extensão e a conseqüente diminuição da pressão patelar”. O referido estudo poderá ser lido na íntegra mediante solicitação dos interessados.

 

Dividimos o protocolo em 3 fases:

 

1)      Primeira fase: durante 3 ou 4 semanas, exercícios isométricos de quadríceps em decúbito supino + alongamentos de isquiotibiais. Dependendo das condições do paciente, estimulamos exs com peso leve após a terceira semana. Já nesta fase, os resultados são bastante animadores, pois nos pacientes avaliados, a referência da melhora na dor e no desempenho ficam na casa dos 50 a 70 %.

2)      Segunda fase: durante mais 3 ou 4 semanas os exs de CCA são mantidos e também incluímos os primeiros exs de CCF, tais como cadeira imaginária + steps + bicicleta. Observamos também a motivação crescente dos pacientes em relação ao programa.

3)      Terceira fase: a partir do terceiro mês, mais de 70 % dos pacientes já estavam em condições de conforto e função que lhe permitiam a iniciar atividades esportivas ou em academia de ginástica, como forma de manutenção.

Podemos então concluir que se os músculos agonistas e antagonistas trabalharem de forma harmônica com num dueto e não de forma agressiva com num duelo, a articulação do joelho e sua várias estruturas, irão encontrar o ponto de equilíbrio desejável e deixam de ser o campo de batalha de forças, com suas conseqüências nefastas

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